quarta-feira, 29 de março de 2017

VII Festival de Monólogos


O VII Festival de Monólogos - Teatro e Dança / Solos Brasileiros encerrou suas atividades uma data antes do Dia Mundial do Teatro. Falar deste evento, de modo peculiar, me faz sentir a arte em sua plenitude sobretudo sobre a real democratização do acesso participativo de todos os inscritos, pois durante a curadoria todos os projetos foram analisados (68), independentemente de sua origem ou formato, a curadoria tentou diversificar o máximo possível as atrações do Festival, já que além da democratização era necessária uma aceitação da diversidade cultural, abrangendo temas como a religiosidade (Antônio do Brasil-CE), a filosofia através da fisiologia humana (Banheiro Irreverente-CE), o sertão e sua singularidade (Sertãohamlet-GO), um desabafo sobre a vida (Maria-CE), um questionamento sobre o papel da mulher na família (Depois do Fim-PI), o cotidiano de um casal longevo(Luzia-CE) a atormentação de um funcionário que aos poucos nos traz a tona o frágil equilíbrio entre a normalidade e a loucura (Diário de um Louco-CE), estas atrações compondo a Mostra Competitiva. E no Projeto Entremeios foi apresentado a dança como salvação da solidão (Um Cabaré, Um Desejo, Um Tango), uma comédia (La Bela), a arte do transformismo (Adorável Dayane Prince), a onipresença das mãos em nossas vidas (Monólogo das Mãos), a condição humana de uma prostituta (Velha Moça). Além dos espetáculos convidados: Llanto por Ignacio Sánchez Mejías, Una Muerte Anunciada, Jacu, Ramadança. 

Outro fator importante e que merece destaque ao Festival é a possibilidade de trazer ao teatro alunos de escolas públicas, participantes de ONGS ou associações de bairros distantes, propiciando a inclusão cultural a estas pessoas, mostrando-as a capacidade da arte tanto como lazer como uma ferramenta de questionamento, despertando o senso crítico, assim como uma desenvoltura política sobre o mundo que nós vivemos e as problematizações que nos circunda. O Festival de Monólogos é um evento de resistência, realizado sem nenhum patrocínio ou recurso de edital, salvo em sua segunda edição que obteve um patrocínio, tudo é investimento de sua idealizadora, Francinice Campos, de sua família e de sua companhia teatral, Cia. Palmas Produções Artísticas, todo o trabalho da Cia. Palmas se deu de forma voluntária e Parceiros como SESC-CE (Teatro SESC Iracema, Teatro SESC Emiliano Queiroz) e Theatro José de Alencar foram fundamentais para a sua realização, assim como demonstra a credibilidade deste evento perante a estes equipamentos culturais. 

Todos estes fatores citados fazem com que o VII Festival de Monólogos - Teatro e Dança, seja um evento que prima pela qualidade, o respeito e a propagação cultural do fazer "Monologar" em nossa Cidade, Estado, País. Agradeço a todos os participantes deste movimento artístico (técnicos, atores, público, gestores culturais) que fizeram-no tornar realidade. Que venha o VIII Festival de Monólogos - Teatro e Dança / Solos Brasileiros.

Ass: Bruno Pessoa Lima

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